terça-feira, 10 de novembro de 2015

Cidadania Corporativa

A cidadania nos nossos dias
            A cidadania é o conjunto de direitos e deveres sociais de um indivíduo em relação à coletividade. O conceito cidadania corporativa engloba a forma como as empresas se relacionam e se encaixam com toda a sociedade, através de parceiros, clientes, funcionários e até diante do governo. Cidadania corporativa baseia-se nas ações de sustentabilidade e responsabilidade social que, combinados, tornam-se ações que beneficiam empresas e a sociedade em geral.
Em um mundo cada vez mais violento e desigual, estabelecer quais são as regras de convivência em sociedade é de suma importância para estabelecermos uma nova noção de justiça e igualdade, que garanta um mínimo de bem estar para todos. A cidadania corporativa é um conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos sociais, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas. Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade.
Em um país com extrema desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, que combate a discriminação de todos os tipos e tem um código de ética dá uma valiosa contribuição para o progresso de toda a sociedade. Para planejar um programa de cidadania corporativa, é necessário que a empresa estabeleça um espaço institucional para os funcionários exporem as suas propostas em encontros periódicos. Nessas reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a ferramenta do marketing social, buscando atender às demandas por cidadania, dentro e fora da empresa.
Responsabilidade Social Empresarial é a relação ética e transparente da empresa com os públicos com os quais se relaciona, estabelecendo metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade.A cidadania corporativa é um conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos humanos, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas.
Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade. Em um país com extrema desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, combate a discriminação de todos os tipos, tem uma política de salários iguais para cargos iguais e tem um código de ética está contribuindo para um país melhor.
O PDCA para um Programa de Cidadania Corporativa Efetiva
O PDCA é um ciclo desenvolvido por administradores onde os processos administrativos ganham segurança de eficiência e eficácia. Com planejamento(P), execução(D), monitoramento(C), e ação (A).
Para planejar um programa de cidadania corporativa, é interessante estabelecer um espaço institucional para os funcionários exporem as suas propostas em reuniões periódicas. Nessas reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a ferramenta do marketing social, buscando atender as demandas por cidadania, dentro e fora da empresa. As reuniões podem ter um critério de cronograma segundo o quadro abaixo:
Reunião
Periodicidade
Quem Participa
Setorial
Mensal
Líder e liderados
Gerencial
Bimestral
Líderes
Análise Crítica
Trimestral
Estratégico e liderança
As reuniões estabelecem os planos de ação e os monitoram, controlando as ações de modo a favorecer a melhoria continua do processo. Os líderes devem conhecer os detalhes do programa e verificar com os liderados aspectos que podem prejudicar o andamento do processo (reunião setorial), esse levantamento de dados deve ser discutido com os líderes de setores na empresa, a ideia é estabelecer critérios para resoluções de problemas antes que eles aconteçam (reunião gerencial), as resoluções encontradas para problemas eventuais deve ser analisada e aprovada pela área estratégica da empresa (reunião de análise crítica), estes aspectos fazem com que o programa não sofra deficiência desde o planejamento até sua ação. Implantar um programa de cidadania gera muitas vantagens para a empresa, como:
·         A melhora do clima de trabalho, pois quando o funcionário sente que os seus direitos estão sendo respeitados, tem mais prazer em trabalhar e cria-se um clima de cooperação interna que estimula a criatividade de todos.
·         O fortalecimento da imagem da organização na sociedade, pois é comprovado por pesquisas que os consumidores privilegiam empresas éticas que respeitam os seus funcionários além do exigido pela lei.
·         Atração e retenção de talentos, visto que o cliente interno hoje visualiza o conceito da empresa para a sociedade e como ele está inserido neste conceito.
·         O aumento da automotivação dos funcionários, pois eles se veem como cidadãos quando beneficiam a comunidade externa de forma voluntária.
·         Decorrente do voluntariado, temos a vantagem de estimular à pró-atividade solidária dos funcionários através da prática do empreendedorismo social, pois este fortalece o espírito de equipe e estimula a solidariedade para com os colegas.
·         Quando o funcionário se torna um empreendedor social, passa a ser referência de cidadão corporativo competente, um líder que agrega seus colegas em prol de um ambiente de trabalho melhor e de resultados.
Os Principais Conceitos de Responsabilidade Social
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral.
Segundo a Norma ABNT NBR 16001:2012, “Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que:
·         Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da sociedade;
·         Leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
·         Esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com  as normas internacionais de comportamento,e
·         Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. 
A Responsabilidade Social (RS) necessita da participação de todos da empresa, sem distinção, do nível estratégico ao operacional, mas principalmente da participação da alta direção. Criando um sistema de gestão onde, o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos, bem como para atingi-los deve estar integrado em toda a organização. As comunicações da organização, tanto internas quanto externas, devem respeitar este preceito.
A alta direção da organização deve definir a sua política da RS que deve ser documentada, implementada e mantida, bem como comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da organização; e deve estar acessível às partes interessadas. A política deve estar apropriada aos objetivos estratégicos à natureza, escala e impactos da organização. Deve assegurar seu compromisso com a promoção do desenvolvimento sustentável e incluir seus comprometimentos com os seguintes princípios da responsabilidade social:
·         Responsabilização (accoutability):  condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e de prestar contas destas decisões e atividades aos órgãos de governança, autoridades legais e às  partes interessadas da organização;
·         Transparência: franqueza sobre decisões e atividades que afetam a sociedade, a economia e ao meio ambiente e a disposição de comunicá-las de forma clara, precisa, tempestiva, honesta e completa;
·         Comportamento ético: comportamento que esteja de acordo com os princípios aceitos de uma conduta moral e correta no contexto de uma situação específica e que seja consistente com as normas internacionais de comportamento.
·         Respeito pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham interesse em qualquer decisão ou atividade da organização ou por ela possam ser afetados.
·         Atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização (cumprimento da lei e outros requisitos);
·         Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: comportamento organizacional socialmente responsável, oriundos do direito internacional consuetudinário, dos princípios geralmente aceitos de leis internacionais e ou de acordos intergovernamentais que sejam universalmente ou praticamente universalmente reconhecidos.
·         Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que necessitam.
Para que um programa de responsabilidade social seja bem sucedido, a empresa precisa ouvir os seus funcionários e a comunidade. Estabelecer uma relação de diálogo é fundamental para que esses dois públicos sintam que os seus direitos estão sendo respeitados e desejem contribuir para com o sucesso da corporação. Com esse pensamento, responsabilidade social deve ter dois níveis de relacionamento estabelecidos, um nível interno (funcionários) e um nível externo (comunidade). A melhor ideia de analise para começar o programa de responsabilidade social na empresa é a análise de SWOT.
Análise S.W.O.T. é um instrumento de gestão utilizado para analisar o ambiente em que se insere uma determinada organização e direcionar seu crescimento. Para tanto, são avaliadas as forças (strengths), as fraquezas (weaknesses), as oportunidades (opportunities) e as ameaças (threats). Com a análise SWOT é possível definir as direções de desenvolvimento da Responsabilidade Social, utilizando novas oportunidades, bem como visualizar as dificuldades da empresa mediante a comunidade e aperfeiçoá-la, promovendo seu crescimento de forma sustentável.
Pontos Fortes e Pontos Fracos (Análise Interna)
O estudo dos pontos fortes e fracos da empresa compreende a análise das diversas áreas que a integram. Pontue todos os setores (administrativo, financeiro, recursos humanos, marketing etc) e analise, em cada um deles, o que apresentam de qualidade e de deficiência, utilize sempre o termo “ponto de melhoria”. Ao analisar os pontos fortes é importante identificar vantagens da sua atividade, capacidade estrutural, forma de organização, alcance, divulgação, público-alvo, relevância social, interesse dos investidores, atualidade, inovação entre outros.
Os pontos de melhoria podem ser identificados pela análise das vulnerabilidades, gestão, alcance, organização, profissionalização, legalidade, transparência, meio ambiente, prestação de contas, capacidade de atração de investimentos. Os pontos fortes e fracos também podem ser analisados comparando sua empresa com outras entidades, verificando as melhores práticas para cada um dos segmentos da sua organização.  
Oportunidades e Ameaças (Análise Externa)
Para avaliar as oportunidades e as ameaças de seu projeto, é importante avaliar o ambiente externo, notadamente os aspectos: econômico, o natural (recursos naturais), social, político, legal e tecnológico. Para tanto, é necessário ponderar:
1) Como está o ambiente econômico: que tipos de investidores serão atraídos? Qual a condição de investimento? A curto e médio prazo, qual a estabilidade deles para a manutenção do investimento? Os produtos e serviços fornecidos por sua empresa serão consumidos por quem? Qual o custo? Há interesse do mercado no consumo?
            2) Como está o ambiente natural: sua organização fará uso de recursos naturais e de que tipo? Qual o custo destes recursos e qual a disponibilidade deles? Quais recursos serão repostos ao ambiente? Qual o impacto da sua entidade no ambiente? Que tipo de lixo será produzido? O que será feito com o lixo produzido?
            3) Como está o ambiente social: qual público será imediatamente beneficiado por sua empresa? Qual a necessidade deste público? O que a organização proporcionará a ele? Como serão atingidos pela entidade? Quais as crenças, valores e comportamentos deste público? O que dizem as estatísticas sobre o público beneficiado?
            4) Como está o ambiente político e legal: sua organização segue as leis vigentes? Está regularmente constituída e representada? Os produtos e serviços fornecidos respeitam as especificações técnicas? As relações trabalhistas são formalizadas? Como está a situação fiscal da sua entidade? Sua entidade tem alvará de funcionamento? Existe algum projeto de lei que pode interferir diretamente nas ações de sua empresa?
            5) Como está o ambiente tecnológico: sua organização utiliza quais tipos de mídia? De que forma a tecnologia está presente na sua organização? Quais os meios explorados e quais ainda não foram usados?
Com a análise estabelecida, chegou a hora de compor as ações para melhoria dos pontos fortes e oportunidades encontradas e correção e prevenção dos pontos fracos e ameaças. Após levantar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, responda às seguintes perguntas:
 1) Quais as oportunidades podem ser aproveitadas por minha empresa, se utilizar meus pontos fortes?
 2) Quais ameaças a organização pode neutralizar com os pontos fortes destacados?
 3) Quais pontos fracos posso corrigir? As melhores práticas de outras organizações podem me auxiliar neste processo?
 4) Quais ameaças podem prejudicar a empresa, juntamente com os pontos fracos constatados?
As respostas a estas questões, concretam ações que farão parte do programa de Responsabilidade Social da empresa. 
 A Importância da Gestão Social
Gestão Social é o processo de gerência e administração de responsabilidade social. Baseia-se num fluxo contínuo, organizado e sistematizado de informações entre os diversos setores e níveis de atuação. Assim, todos os atores intervenientes nas ações mantêm-se informados a respeito dos objetivos, realizações, êxitos e fracassos do projeto, criando a política que irá definir os métodos utilizados para responsabilidade social.  A política da responsabilidade social deve incluir o comprometimento da alta direção com a melhoria contínua e com a prevenção de impactos adversos. Deve fornecer a estrutura para o estabelecimento e a revisão dos objetivos e metas da responsabilidade social. A gestão social deve considerar os seguintes temas centrais:
1.    Governança organizacional, sistema pelo qual as empresas são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/ Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança organizacional têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade;
2.    Direitos humanos, que respondem as necessidades das pessoas, dos grupos e sociedades e garantindo e promovendo o exercício da dignidade;
3.    Meio ambiente, ligado diretamente ao ambiente de trabalho, ou seja, o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos, entre outros.);
4.    Práticas leais de operação, a conduta ética nas atividades da organização, onde os valores das empresas são evidenciados na prática diária, nos processos da empresa;
5.    Questões relativas ao consumidor, ou seja, respeito as necessidades dos clientes, valorizando a marca no mercado atual, baseado no conceito do seu produto ou serviço aos consumidores.

6.    Envolvimento e desenvolvimento da comunidade, foco da responsabilidade social, visto que a empresa é um modificador de ambiente em que ela está inserida.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Economia Compartilhada

Economia Compartilhada, veja a apresentação no prezi: http://prezi.com/rcjkugfgdx7q/?utm_campaign=share&utm_medium=copy

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Balanced Scorecard

Conceito do BSC

            Segundo Kaplan e Norton, Balanced Scorecard é uma técnica que visa a integração e balanceamento de todos os principais indicadores de desempenho existentes em uma empresa, desde os financeiros/administrativos até os relativos aos processos internos, estabelecendo objetivos da qualidade (indicadores) para funções e níveis relevantes dentro da organização, ou seja, desdobramento dos indicadores corporativos em setores, com metas claramente definidas. É uma ferramenta de planejamento estratégico na qual a entidade tem claramente definidas as suas metas e estratégias, visando medir o desempenho empresarial através de indicadores quantificáveis e verificáveis.
Assim, esse modelo traduz a missão e a estratégia de uma empresa em objetivos e medidas tangíveis.
As medidas representam o equilíbrio entre os diversos indicadores externos (voltados para acionistas e clientes), e as medidas internas dos processos críticos de negócios (como a inovação, o aprendizado e o crescimento).

História

A metodologia BSC foi inicialmente divulgada no ano de 1992, por Robert S. Kaplan, professor da Harvard Business School e David P. Norton, presidente da Renaissance Solutions, através de um artigo onde definiam parâmetros para avaliação e melhoramento do desempenho das empresas.


Como Funciona

O BSC sinaliza em quais segmentos de mercado se deve competir e que clientes conquistar. Oferece uma visão do futuro e um caminho para chegar até ele, isso vai bem de encontro ao que vimos anteriormente sobre Planejamento.
O Balanced Scorecard não é uma ferramenta destinada a contadores, pois muitos tem essa ideia, que está ligada a contabilidade da organização, o BSC deve ser utilizado pelos executivos que precisam tomar uma série de decisões: a respeito de suas operações, de seus processos de produção, de seus objetivos, produtos e clientes, ou seja, visando o atingimento do Planejamento Estratégico da organização.
O BSC é um método que auxilia os gestores a desenvolver bem uma estratégia do princípio ao fim e depois fazer com que cada um na organização esteja envolvido a implementá-la (Kaplan e Norton, 2001).
Os indicadores devem traduzir a estratégia da empresa e devem ser utilizadas para auxiliar qualquer um na organização e tentar atingir as prioridades estratégicas. Somente assim as empresas serão capazes de não apenas criar estratégia, mas também implementá-las (Kaplan e Norton, 2001).
Através da observação dos resultados obtidos em outras empresas, Kaplan e Norton concluíram que o Balanced Scorecard deixara de ser um sistema de medição para se tornar rapidamente (1997, pg. 9) um sistema de gestão, com o qual os executivos estavam não somente comunicando a estratégia, mas também efetuando a sua gerência.
O BSC emergiu porque é um sistema capaz de compreender a estratégia empresarial e comunicá-la a toda a organização (Kaplan e Norton apud Kaplan e Norton 2001; Banker, Chang, e Pizzini, 2004, pg. 22).
Por contemplar medidas não financeiras pode auxiliar as empresas frente às mudanças do meio ambiente onde os ativos intangíveis da organização ganharam maior importância como fonte de vantagem competitiva no final do século XX (Kaplan e Norton, 2001, pg.88; Kaplan e Norton, 1996 pg. 68).
O Balanced Scorecard é baseado em quatro perspectivas (financeira, clientes, processos internos e aprendizado/crescimento), formando um conjunto coeso e interdependente, com seus objetivos e indicadores se inter-relacionando e formando um fluxo ou diagrama de causa e efeito que se inicia na perspectiva do aprendizado e crescimento e termina na perspectiva financeira.
Na análise do BSC, se os quatros indicadores estiverem aplicados de acordo com os objetivos propostos pela entidade, ou seja, se estiverem equilibrados, significa que a empresa conseguirá ter um melhor desempenho, permitindo a concepção de novas estratégias.
O BSC está relacionado com a visão e estratégia de uma empresa, duas áreas fundamentais para que a empresa tenha sucesso.

Financeiro: criar novos indicadores de desempenho para que os acionistas possam ter melhor rentabilidade dos seus investimentos;

Clientes: saber qual o grau de satisfação dos clientes com a empresa;

Processos internos: a empresa deve identificar se há produtos com problemas, se foram entregues no tempo previsto e apostar na inovação dos seus produtos;

Aprendizado e crescimento: diz respeito à capacidade e motivação do pessoal, e a um melhor sistema de informação na empresa.

Objetivo
O principal objetivo do balanced scorecard é alcançar o alinhamento entre o planejamento estratégico da empresa e as atividades operacionais que ela exerce. Ele traduz a missão e a estratégia em objetivos e medidas, organizados através de indicadores que irão informar os funcionários sobre os vetores do sucesso atual e futuro. Ao articularem os resultados desejados pela empresa, os executivos esperam canalizar a energia, a habilidade e o conhecimento de todos os colaboradores da organização para alcançar os objetivos de longo prazo.
Para isso é preciso tomar algumas ações, dentre as quais podemos citar:

> Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia: A tradução da missão estratégica é algo crucial para o desempenho dos objetivos organizacionais e deve ser feita por todos os gestores, através de um conjunto de objetivos e indicadores inerentes a cada departamento (Mapa Estratégico), que contribuem para a criação de um consenso entre gestores, colaboradores e as atividades da organização em si.

> Planejar, estabelecer metas e alinhar as iniciativas estratégicas: Os gestores (altos executivos) devem identificar e estabelecer metas para seus colaboradores, definir processos, planejar o desempenho financeiro e também ditar qual o ritmo ideal de crescimento da organização. Todo esse planejamento deve ser feito em acordo com as capacidades reais da empresa e com a projeção de desempenho do mercado que esta participa.

> Melhorar o Feedback e o aprendizado estratégico: O feedback e o processo de revisão avaliam o desempenho das metas e da estratégia adotada pela organização. Essa ação otimiza as habilidades e o conhecimento dos colaboradores, bem como permite melhorar o monitoramento e o controle da organização, sob a ótica de quatro perspectivas principais: financeira, clientes, processos internos e aprendizagem e crescimento.

> Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas: Permite aos gestores comunicar a estratégia ligando os objetivos empresariais aos departamentos. A ideia é assegurar aos gestores que todos os níveis da organização compreendam as estratégias de longo prazo, e que tanto os objetivos departamentais quanto os individuais estão alinhados entre si. O balanced scorecard auxilia justamente nesse alinhamento (Padoveze, 2007).

Implementação do Balanced Scorecard (BSC)


O Balanced Scorecard traduz o conhecimento, habilidades e sistemas que os funcionários precisarão para inovar e construir as capacidades estratégicas, entregando valor específico ao mercado e proporcionando ao mesmo tempo um aumento do valor do negócio para o acionista. No seu processo o BSC está dividido formalmente em tarefas que determinam algumas ações a serem desenvolvidas. Kaplan e Norton definem quatro processos gerenciais para a implementação do BSC, conforme ilustra a figura acima:

> O processo de tradução da visão ajuda a construir um consenso sobre a visão e a estratégia da organização entre todos os colaboradores (desde o alto escalão até as classes mais baixas). O resultado desse processo é a tradução da estratégia em termos operacionais, ou seja, o desenho dos mapas estratégicos (os BSCs). Os mapas estratégicos adicionam mais dinâmica temporal à estratégia, trazendo mais clareza e foco para o negócio.

> O processo de comunicação e ligação consiste basicamente em comunicar a estratégia da empresa tanto no sentido vertical quanto horizontal da estrutura, conseguindo assim uma maior integração entre os objetivos departamentais e os individuais. Este processo tem como finalidade principal identificar os chamados "processos-chave" da organização, bem como desenvolver medidas de desempenho para eles.

> O processo de planejamento do negócio consiste em alocar os recursos da organização e definir suas prioridades de acordo com as metas estratégicas que esta possui. Este processo visa evitar que haja complacência, ou que de alguma maneira ocorra a inviabilização de novas mudanças necessárias para o desenvolvimento da empresa. É importante que a empresa seja capaz de adaptar seus recursos e prioridades de acordo com as necessidades estratégicas que sejam estabelecidas.

> O processo de feedback visa dar a organização a capacidade de aprendizado estratégico, ou seja, fazer de toda a gestão estratégica um processo contínuo e constante e que seja de conhecimento de todos dentro da organização. É importante ressaltar que durante todo o processo de implementação do BSC a organização passou a assimilar uma nova cultura, sendo assim, percebê-la e sustentá-la é fundamental para consolidar tal mudança.

A empresa deve utilizar todo seu meio interno de comunicação para levar a ideia do Balanced Scorecard a toda força de trabalho, utilizando quadros de avisos, e-mails, palestras, intranet, etc. O BSC deve ser transmitido diariamente para os funcionários para que sua essência faça parte da empresa e das pessoas que nela trabalham. É preciso que todos tenham adquirido uma clara compreensão das metas de longo prazo, bem como da estratégia para alcançá-las, alinhando as iniciativas e esforços com os processos de mudanças necessários.


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Qualificação e competências para o administrador do Novo Milênio

Os slides da palestra sobre: Qualificação e Competências para o Administrador do Novo Milênio, já estão disponíveis no slidshare.
download aqui: http://pt.slideshare.net/FranciscoMeloJunior/qualificacaoo-e-competencias-para-o-administrador-do-novo-milenio

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Design Thinking na Educação

O Design Thinking é uma metodologia difundida pela Ideo, consultoria global de design que expandiu o método para a área de educação, com o objetivo de desenvolver o pensamento crítico e a capacidade de inovação dos estudantes. A metodologia é organizada em cinco etapas: descoberta, interpretação, ideação, experimentação e evolução. Para cada uma delas, são oferecidas dicas de como organizar as ideias, formatar listas, usar post-its, histórias inspiradoras, fotos, aplicativos para tablets, celular etc.
O objetivo é trazer uma proposta para educadores e gestores criarem e encontrarem soluções criativas para o processo de ensino e aprendizagem focando na cocriação, na colaboração de todos para se chegar a um objetivo comum.  A técnica desperta nos profissionais da área de educação encontrar formas de aplicação do conceito em diferentes ambientes escolares, tendo em vista o incentivo à ação colaborativa e participação ativa dos alunos.

Como funciona cada fase do design thinking
Descoberta - Na descoberta, os alunos definem em grupo quais são suas principais necessidades e chegam aos problemas para os quais é preciso buscar soluções. 
Interpretação - Procura-se inspirações, unem-se ideias e insights até que um ponto de vista seja definido para o desenvolvimento da etapa de ideação.
Ideação - Está aberto o espaço para um brainstorming, buscando-se muitas e diferentes ideias. A ideação também inclui o preparo de um plano mais detalhado de ação, usando os conceitos levantados durante as fases anteriores.
Experimentação - Inclui a aplicação de iniciativas e testes que coloquem em prática ao menos parte das conclusões tiradas em fases anteriores.
Evolução - O objetivo é desenvolver o conceito inicial através dos testes realizados e do retorno conseguido por meio da solução criada. Essa etapa geralmente acontece com a observação da evolução da iniciativa com o passar do tempo.
 
Cases de Sucesso:
O site Design Thinking for Educators reúne algumas iniciativas nos EUA que se destacam na aplicação do design thinking em ambientes educativos. Um exemplo é o caso da escola Ormondale Elementary, da Califórnia. Para criar uma experiência de aprendizagem conectada às novas tecnologias, a escola aplicou o método durante um ano com alunos e professores. Eles investiram no conceito deaprendizagem investigativa, no qual os alunos são vistos não como receptores de informação, mas como formuladores de conhecimento. Para colocar isso na prática, a escola desenvolveu ferramentas digitais de auxílio aos professores e estudantes, formas inovadoras de comunicação com os pais dos alunos e até mesmo uma renovação física da sala de aula, criando um ambiente mais amigável e aberto à colaboração e troca de ideias.

Essa mudança do espaço de aprendizagem também está acontecendo no Brasil. Mais especificamente, para os alunos da FEA, na USP. Silvia Casa Nova, integrante do projetoFEA Futuro, que busca inovações no campo da aprendizagem, conta que está sendo desenvolvida, dentro da biblioteca da faculdade, uma sala que favorece o uso do método entre alunos e professores. “Queremos que o espaço potencialize a principal característica do design thinking: a flexibilidade. Por isso, o ambiente vai contar com mesas, quadros brancos, pufes e até divisórias que poderão ser facilmente deslocadas”, conta Casa Nova. A ideia é usar a sala para aproximar professores e alunos na tomada de decisões e em dinâmicas em busca de soluções no campo didático. 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O que é Design Thinking?

Embora o nome “design” seja frequentemente associado a qualidade e/ou aparência estética de produtos, o design como disciplina tem por objetivo máximo promover bem-estar na vida das pessoas. No entanto, e a maneira como o designer percebe as coisas e age sobre elas que chamou a atenção de gestores, abrindo novos caminhos para a inovação empresarial.
O designer enxerga como um problema tudo aquilo que prejudica ou impede a experiência (emocional, cognitiva, estética) e o bem-estar na vida das pessoas (considerando todos os aspectos da vida, como trabalho, lazer, relacionamentos, cultura etc.). Isso faz com que sua principal tarefa seja identificar problemas e gerar soluções.
Ele entende que problemas que afetam o bem-estar das pessoas são de natureza diversa, e que e preciso mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las. Ao investir esforços nesse mapeamento, o designer consegue identificar as causas e as consequências das dificuldades e ser mais assertivo na busca por soluções.
O designer sabe que para identificar os reais problemas e soluciona-los de maneira mais efetiva, e preciso aborda-los sob diversas perspectivas e ângulos. Assim, prioriza o trabalho colaborativo entre equipes multidisciplinares, que trazem olhares diversificados e oferecem interpretações variadas sobre a questão e, assim, soluções inovadoras.
No mais, como o nome já diz, o Design Thinking se refere à maneira do Designer de pensar, que utiliza um tipo de raciocínio pouco convencional no meio empresarial, o pensamento abdutivo. Nesse tipo de pensamento, busca-se formular questionamentos através da apreensão ou compreensão dos fenômenos, ou seja, são formuladas perguntas a serem respondidas a partir das informações coletadas durante a observação do universo que permeia o problema. Assim, ao pensar de maneira abdutiva, a solução não é derivada do problema: ela se encaixa nele.
Não se pode solucionar problemas com o mesmo tipo de pensamento que os criou: abduzir e desafiar as normas empresariais é a base do Design Thinking. E pensando de maneira abdutiva que o designer constantemente desafia seus padrões, fazendo e desfazendo conjecturas, e transformando-as em oportunidades para a inovação. E essa habilidade, de se desvencilhar do pensamento lógico cartesiano, que faz com que o designer se mantenha “fora da caixa”.
Foi o pensamento abdutivo que permitiu a evolução de artefatos em nossa civilização, desde civilizações primitivas, passando pelo design vernacular e artesanato tradicional. Observar o mundo e gerar novas soluções abdutivamente e uma habilidade coletiva humana que apenas recentemente passou a ser vista como algo que necessita de algum talento excepcional.
A evolução do homem mostra que o pensar criativo, sem modelos mentais, transforma a história. A percepção é uma função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir das vivências passadas. As percepções visuais e auditivas garantiram a sobrevivência da espécie humana.
Observamos que o conceito de criatividade e inovação ganham mais sentido a medida que usamos o design thinking como ferramenta para desenvolvimento de ambas. Portanto, sabemos que criatividade é a ideia junto com a ação, o ser humano cria a partir de uma ideia, mas só será considerada criatividade se associado a ação. Já inovação é a criatividade que traz o resultado esperado, então inovação é a criação de valor para todos os públicos de interesse.
Para que isso aconteça é necessário desenvolver produtos ou serviços que atendam às necessidades das pessoas.
A inovação guiada pelo design veio complementar a visão do mercado de que para inovar e preciso focar no desenvolvimento ou integração de novas tecnologias e na abertura e/ou atendimento a novos mercados: além desses fatores tecnológicos e mercadológicos, a consultoria em Design Thinking inova principalmente ao introduzir novos significados aos produtos, serviços ou relacionamentos. Uma vez que “as coisas devem ter forma para serem vistas, mas devem fazer sentido para serem entendidas e usadas”(Krippendorf, 1989), o design e por natureza uma disciplina que lida com significados. Ao desafiar os padrões de pensamento, comportamento e de sentimento “Design Thinkers”produzem soluções que geram novos significados e que estimulam os diversos aspectos (cognitivo, emocional e sensorial) envolvidos na experiência humana.
As etapas do Design Thinking possuem uma natureza bastante versátil e não linear. Ou seja, tais fases podem ser moldadas e configuradas de modo que se adequem à natureza do projeto e do problema em questão. É possível, por exemplo, começar um projeto pela fase de Imersão e realizar ciclos de Prototipação enquanto se estuda o contexto, ou ao longo de todo o projeto.
Sessões de Ideação não precisam ser realizadas em um momento estanque do processo, mas podem permeá-lo do início ao fim. Da mesma forma, um novo projeto pode começar na Prototipação, última etapa do Design Thinking.