terça-feira, 10 de novembro de 2015

Cidadania Corporativa

A cidadania nos nossos dias
            A cidadania é o conjunto de direitos e deveres sociais de um indivíduo em relação à coletividade. O conceito cidadania corporativa engloba a forma como as empresas se relacionam e se encaixam com toda a sociedade, através de parceiros, clientes, funcionários e até diante do governo. Cidadania corporativa baseia-se nas ações de sustentabilidade e responsabilidade social que, combinados, tornam-se ações que beneficiam empresas e a sociedade em geral.
Em um mundo cada vez mais violento e desigual, estabelecer quais são as regras de convivência em sociedade é de suma importância para estabelecermos uma nova noção de justiça e igualdade, que garanta um mínimo de bem estar para todos. A cidadania corporativa é um conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos sociais, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas. Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade.
Em um país com extrema desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, que combate a discriminação de todos os tipos e tem um código de ética dá uma valiosa contribuição para o progresso de toda a sociedade. Para planejar um programa de cidadania corporativa, é necessário que a empresa estabeleça um espaço institucional para os funcionários exporem as suas propostas em encontros periódicos. Nessas reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a ferramenta do marketing social, buscando atender às demandas por cidadania, dentro e fora da empresa.
Responsabilidade Social Empresarial é a relação ética e transparente da empresa com os públicos com os quais se relaciona, estabelecendo metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento sustentável da sociedade.A cidadania corporativa é um conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos humanos, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas.
Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade. Em um país com extrema desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, combate a discriminação de todos os tipos, tem uma política de salários iguais para cargos iguais e tem um código de ética está contribuindo para um país melhor.
O PDCA para um Programa de Cidadania Corporativa Efetiva
O PDCA é um ciclo desenvolvido por administradores onde os processos administrativos ganham segurança de eficiência e eficácia. Com planejamento(P), execução(D), monitoramento(C), e ação (A).
Para planejar um programa de cidadania corporativa, é interessante estabelecer um espaço institucional para os funcionários exporem as suas propostas em reuniões periódicas. Nessas reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a ferramenta do marketing social, buscando atender as demandas por cidadania, dentro e fora da empresa. As reuniões podem ter um critério de cronograma segundo o quadro abaixo:
Reunião
Periodicidade
Quem Participa
Setorial
Mensal
Líder e liderados
Gerencial
Bimestral
Líderes
Análise Crítica
Trimestral
Estratégico e liderança
As reuniões estabelecem os planos de ação e os monitoram, controlando as ações de modo a favorecer a melhoria continua do processo. Os líderes devem conhecer os detalhes do programa e verificar com os liderados aspectos que podem prejudicar o andamento do processo (reunião setorial), esse levantamento de dados deve ser discutido com os líderes de setores na empresa, a ideia é estabelecer critérios para resoluções de problemas antes que eles aconteçam (reunião gerencial), as resoluções encontradas para problemas eventuais deve ser analisada e aprovada pela área estratégica da empresa (reunião de análise crítica), estes aspectos fazem com que o programa não sofra deficiência desde o planejamento até sua ação. Implantar um programa de cidadania gera muitas vantagens para a empresa, como:
·         A melhora do clima de trabalho, pois quando o funcionário sente que os seus direitos estão sendo respeitados, tem mais prazer em trabalhar e cria-se um clima de cooperação interna que estimula a criatividade de todos.
·         O fortalecimento da imagem da organização na sociedade, pois é comprovado por pesquisas que os consumidores privilegiam empresas éticas que respeitam os seus funcionários além do exigido pela lei.
·         Atração e retenção de talentos, visto que o cliente interno hoje visualiza o conceito da empresa para a sociedade e como ele está inserido neste conceito.
·         O aumento da automotivação dos funcionários, pois eles se veem como cidadãos quando beneficiam a comunidade externa de forma voluntária.
·         Decorrente do voluntariado, temos a vantagem de estimular à pró-atividade solidária dos funcionários através da prática do empreendedorismo social, pois este fortalece o espírito de equipe e estimula a solidariedade para com os colegas.
·         Quando o funcionário se torna um empreendedor social, passa a ser referência de cidadão corporativo competente, um líder que agrega seus colegas em prol de um ambiente de trabalho melhor e de resultados.
Os Principais Conceitos de Responsabilidade Social
Segundo o Livro Verde da Comissão Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a sociedade em geral.
Segundo a Norma ABNT NBR 16001:2012, “Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que:
·         Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da sociedade;
·         Leve em consideração as expectativas das partes interessadas;
·         Esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com  as normas internacionais de comportamento,e
·         Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações. 
A Responsabilidade Social (RS) necessita da participação de todos da empresa, sem distinção, do nível estratégico ao operacional, mas principalmente da participação da alta direção. Criando um sistema de gestão onde, o conjunto de elementos inter-relacionados ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos, bem como para atingi-los deve estar integrado em toda a organização. As comunicações da organização, tanto internas quanto externas, devem respeitar este preceito.
A alta direção da organização deve definir a sua política da RS que deve ser documentada, implementada e mantida, bem como comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da organização; e deve estar acessível às partes interessadas. A política deve estar apropriada aos objetivos estratégicos à natureza, escala e impactos da organização. Deve assegurar seu compromisso com a promoção do desenvolvimento sustentável e incluir seus comprometimentos com os seguintes princípios da responsabilidade social:
·         Responsabilização (accoutability):  condição de responsabilizar-se por decisões e atividades e de prestar contas destas decisões e atividades aos órgãos de governança, autoridades legais e às  partes interessadas da organização;
·         Transparência: franqueza sobre decisões e atividades que afetam a sociedade, a economia e ao meio ambiente e a disposição de comunicá-las de forma clara, precisa, tempestiva, honesta e completa;
·         Comportamento ético: comportamento que esteja de acordo com os princípios aceitos de uma conduta moral e correta no contexto de uma situação específica e que seja consistente com as normas internacionais de comportamento.
·         Respeito pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou grupos que tenham interesse em qualquer decisão ou atividade da organização ou por ela possam ser afetados.
·         Atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização (cumprimento da lei e outros requisitos);
·         Respeito pelas Normas Internacionais de Comportamento: comportamento organizacional socialmente responsável, oriundos do direito internacional consuetudinário, dos princípios geralmente aceitos de leis internacionais e ou de acordos intergovernamentais que sejam universalmente ou praticamente universalmente reconhecidos.
·         Direito aos humanos: Reconhecer a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo ambiente econômico, social e natural que necessitam.
Para que um programa de responsabilidade social seja bem sucedido, a empresa precisa ouvir os seus funcionários e a comunidade. Estabelecer uma relação de diálogo é fundamental para que esses dois públicos sintam que os seus direitos estão sendo respeitados e desejem contribuir para com o sucesso da corporação. Com esse pensamento, responsabilidade social deve ter dois níveis de relacionamento estabelecidos, um nível interno (funcionários) e um nível externo (comunidade). A melhor ideia de analise para começar o programa de responsabilidade social na empresa é a análise de SWOT.
Análise S.W.O.T. é um instrumento de gestão utilizado para analisar o ambiente em que se insere uma determinada organização e direcionar seu crescimento. Para tanto, são avaliadas as forças (strengths), as fraquezas (weaknesses), as oportunidades (opportunities) e as ameaças (threats). Com a análise SWOT é possível definir as direções de desenvolvimento da Responsabilidade Social, utilizando novas oportunidades, bem como visualizar as dificuldades da empresa mediante a comunidade e aperfeiçoá-la, promovendo seu crescimento de forma sustentável.
Pontos Fortes e Pontos Fracos (Análise Interna)
O estudo dos pontos fortes e fracos da empresa compreende a análise das diversas áreas que a integram. Pontue todos os setores (administrativo, financeiro, recursos humanos, marketing etc) e analise, em cada um deles, o que apresentam de qualidade e de deficiência, utilize sempre o termo “ponto de melhoria”. Ao analisar os pontos fortes é importante identificar vantagens da sua atividade, capacidade estrutural, forma de organização, alcance, divulgação, público-alvo, relevância social, interesse dos investidores, atualidade, inovação entre outros.
Os pontos de melhoria podem ser identificados pela análise das vulnerabilidades, gestão, alcance, organização, profissionalização, legalidade, transparência, meio ambiente, prestação de contas, capacidade de atração de investimentos. Os pontos fortes e fracos também podem ser analisados comparando sua empresa com outras entidades, verificando as melhores práticas para cada um dos segmentos da sua organização.  
Oportunidades e Ameaças (Análise Externa)
Para avaliar as oportunidades e as ameaças de seu projeto, é importante avaliar o ambiente externo, notadamente os aspectos: econômico, o natural (recursos naturais), social, político, legal e tecnológico. Para tanto, é necessário ponderar:
1) Como está o ambiente econômico: que tipos de investidores serão atraídos? Qual a condição de investimento? A curto e médio prazo, qual a estabilidade deles para a manutenção do investimento? Os produtos e serviços fornecidos por sua empresa serão consumidos por quem? Qual o custo? Há interesse do mercado no consumo?
            2) Como está o ambiente natural: sua organização fará uso de recursos naturais e de que tipo? Qual o custo destes recursos e qual a disponibilidade deles? Quais recursos serão repostos ao ambiente? Qual o impacto da sua entidade no ambiente? Que tipo de lixo será produzido? O que será feito com o lixo produzido?
            3) Como está o ambiente social: qual público será imediatamente beneficiado por sua empresa? Qual a necessidade deste público? O que a organização proporcionará a ele? Como serão atingidos pela entidade? Quais as crenças, valores e comportamentos deste público? O que dizem as estatísticas sobre o público beneficiado?
            4) Como está o ambiente político e legal: sua organização segue as leis vigentes? Está regularmente constituída e representada? Os produtos e serviços fornecidos respeitam as especificações técnicas? As relações trabalhistas são formalizadas? Como está a situação fiscal da sua entidade? Sua entidade tem alvará de funcionamento? Existe algum projeto de lei que pode interferir diretamente nas ações de sua empresa?
            5) Como está o ambiente tecnológico: sua organização utiliza quais tipos de mídia? De que forma a tecnologia está presente na sua organização? Quais os meios explorados e quais ainda não foram usados?
Com a análise estabelecida, chegou a hora de compor as ações para melhoria dos pontos fortes e oportunidades encontradas e correção e prevenção dos pontos fracos e ameaças. Após levantar os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, responda às seguintes perguntas:
 1) Quais as oportunidades podem ser aproveitadas por minha empresa, se utilizar meus pontos fortes?
 2) Quais ameaças a organização pode neutralizar com os pontos fortes destacados?
 3) Quais pontos fracos posso corrigir? As melhores práticas de outras organizações podem me auxiliar neste processo?
 4) Quais ameaças podem prejudicar a empresa, juntamente com os pontos fracos constatados?
As respostas a estas questões, concretam ações que farão parte do programa de Responsabilidade Social da empresa. 
 A Importância da Gestão Social
Gestão Social é o processo de gerência e administração de responsabilidade social. Baseia-se num fluxo contínuo, organizado e sistematizado de informações entre os diversos setores e níveis de atuação. Assim, todos os atores intervenientes nas ações mantêm-se informados a respeito dos objetivos, realizações, êxitos e fracassos do projeto, criando a política que irá definir os métodos utilizados para responsabilidade social.  A política da responsabilidade social deve incluir o comprometimento da alta direção com a melhoria contínua e com a prevenção de impactos adversos. Deve fornecer a estrutura para o estabelecimento e a revisão dos objetivos e metas da responsabilidade social. A gestão social deve considerar os seguintes temas centrais:
1.    Governança organizacional, sistema pelo qual as empresas são dirigidas e monitoradas, envolvendo os relacionamentos entre Acionistas/ Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança organizacional têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para sua perenidade;
2.    Direitos humanos, que respondem as necessidades das pessoas, dos grupos e sociedades e garantindo e promovendo o exercício da dignidade;
3.    Meio ambiente, ligado diretamente ao ambiente de trabalho, ou seja, o local onde as pessoas desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometem a incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da condição que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas, servidores públicos, autônomos, entre outros.);
4.    Práticas leais de operação, a conduta ética nas atividades da organização, onde os valores das empresas são evidenciados na prática diária, nos processos da empresa;
5.    Questões relativas ao consumidor, ou seja, respeito as necessidades dos clientes, valorizando a marca no mercado atual, baseado no conceito do seu produto ou serviço aos consumidores.

6.    Envolvimento e desenvolvimento da comunidade, foco da responsabilidade social, visto que a empresa é um modificador de ambiente em que ela está inserida.

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