A cidadania nos nossos dias
A cidadania é o
conjunto de direitos e deveres sociais de um indivíduo em relação à
coletividade. O conceito cidadania corporativa engloba a forma como as empresas
se relacionam e se encaixam com toda a sociedade, através de parceiros,
clientes, funcionários e até diante do governo. Cidadania corporativa baseia-se
nas ações de sustentabilidade e responsabilidade social que, combinados,
tornam-se ações que beneficiam empresas e a sociedade em geral.
Em um mundo cada vez mais violento e
desigual, estabelecer quais são as regras de convivência em sociedade é de suma
importância para estabelecermos uma nova noção de justiça e igualdade, que
garanta um mínimo de bem estar para todos. A cidadania corporativa é um
conceito que define um alto padrão de conduta ética da corporação em relação
aos dois principais públicos de qualquer organização: funcionários e
comunidade. A sua importância está no fato de que o respeito aos direitos
sociais, tanto dos funcionários quanto da comunidade, é um forte fator de
sucesso para as empresas. Outro aspecto importante da cidadania corporativa é o
compromisso de valorizar a diversidade.
Em um país com extrema desigualdade
social, uma empresa que valoriza a diversidade, que combate a discriminação de
todos os tipos e tem um código de ética dá uma valiosa contribuição para o
progresso de toda a sociedade. Para planejar um programa de cidadania
corporativa, é necessário que a empresa estabeleça um espaço institucional para
os funcionários exporem as suas propostas em encontros periódicos. Nessas
reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a
ferramenta do marketing social, buscando atender às demandas por cidadania,
dentro e fora da empresa.
Responsabilidade Social Empresarial é
a relação ética e transparente da empresa com os públicos com os quais se
relaciona, estabelecendo metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento
sustentável da sociedade.A cidadania corporativa é um conceito que define um
alto padrão de conduta ética da corporação em relação aos dois principais
públicos de qualquer organização: funcionários e comunidade. A sua importância
está no fato de que o respeito aos direitos humanos, tanto dos funcionários
quanto da comunidade, é um forte fator de sucesso para as empresas.
Outro aspecto importante da cidadania
corporativa é o compromisso de valorizar a diversidade. Em um país com extrema
desigualdade social, uma empresa que valoriza a diversidade, combate a
discriminação de todos os tipos, tem uma política de salários iguais para
cargos iguais e tem um código de ética está contribuindo para um país melhor.
O PDCA para um Programa de Cidadania
Corporativa Efetiva
O PDCA é um ciclo desenvolvido por
administradores onde os processos administrativos ganham segurança de
eficiência e eficácia. Com planejamento(P), execução(D), monitoramento(C), e
ação (A).
Para planejar um programa de
cidadania corporativa, é interessante estabelecer um espaço institucional para
os funcionários exporem as suas propostas em reuniões periódicas. Nessas
reuniões, as ações de cidadania corporativa podem ser planejadas com a ferramenta
do marketing social, buscando atender as demandas por cidadania, dentro e fora
da empresa. As reuniões podem ter um critério de cronograma segundo o quadro
abaixo:
Reunião
|
Periodicidade
|
Quem Participa
|
Setorial
|
Mensal
|
Líder e liderados
|
Gerencial
|
Bimestral
|
Líderes
|
Análise Crítica
|
Trimestral
|
Estratégico e liderança
|
As reuniões estabelecem os planos de
ação e os monitoram, controlando as ações de modo a favorecer a melhoria
continua do processo. Os líderes devem conhecer os detalhes do programa e
verificar com os liderados aspectos que podem prejudicar o andamento do processo
(reunião setorial), esse levantamento de dados deve ser discutido com os
líderes de setores na empresa, a ideia é estabelecer critérios para resoluções
de problemas antes que eles aconteçam (reunião gerencial), as resoluções
encontradas para problemas eventuais deve ser analisada e aprovada pela área
estratégica da empresa (reunião de análise crítica), estes aspectos fazem com
que o programa não sofra deficiência desde o planejamento até sua ação. Implantar
um programa de cidadania gera muitas vantagens para a empresa, como:
·
A melhora
do clima de trabalho, pois quando o funcionário sente que os seus direitos
estão sendo respeitados, tem mais prazer em trabalhar e cria-se um clima de
cooperação interna que estimula a criatividade de todos.
·
O fortalecimento
da imagem da organização na sociedade, pois é comprovado por pesquisas que os
consumidores privilegiam empresas éticas que respeitam os seus funcionários
além do exigido pela lei.
·
Atração e
retenção de talentos, visto que o cliente interno hoje visualiza o conceito da
empresa para a sociedade e como ele está inserido neste conceito.
·
O aumento
da automotivação dos funcionários, pois eles se veem como cidadãos quando
beneficiam a comunidade externa de forma voluntária.
·
Decorrente
do voluntariado, temos a vantagem de estimular à pró-atividade solidária dos
funcionários através da prática do empreendedorismo social, pois este fortalece
o espírito de equipe e estimula a solidariedade para com os colegas.
·
Quando o
funcionário se torna um empreendedor social, passa a ser referência de cidadão
corporativo competente, um líder que agrega seus colegas em prol de um ambiente
de trabalho melhor e de resultados.
Os Principais Conceitos de
Responsabilidade Social
Segundo o Livro Verde da Comissão
Europeia (2001), a responsabilidade social é um conceito segundo o
qual, as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade
mais justa e para um ambiente mais limpo. Com base nesse pressuposto, a gestão
das empresas não pode, e/ou não deve, ser norteada apenas para o cumprimento de
interesses dos proprietários das mesmas, mas também pelos de outros detentores
de interesses como, por exemplo, os trabalhadores, as comunidades locais, os
clientes, os fornecedores, as autoridades públicas, os concorrentes e a
sociedade em geral.
Segundo a Norma ABNT NBR 16001:2012,
“Responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e
atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético
e transparente que:
·
Contribua
para o desenvolvimento sustentável, inclusive a saúde e o bem estar da
sociedade;
·
Leve em
consideração as expectativas das partes interessadas;
·
Esteja em
conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com as normas
internacionais de comportamento,e
·
Esteja
integrada em toda a organização e seja praticada em suas relações.
A Responsabilidade Social (RS)
necessita da participação de todos da empresa, sem distinção, do nível
estratégico ao operacional, mas principalmente da participação da alta direção.
Criando um sistema de gestão onde, o conjunto de elementos inter-relacionados
ou interativos, voltados para estabelecer políticas e objetivos, bem como para
atingi-los deve estar integrado em toda a organização. As comunicações da
organização, tanto internas quanto externas, devem respeitar este preceito.
A alta direção da organização deve
definir a sua política da RS que deve ser documentada, implementada e mantida,
bem como comunicada para todas as pessoas que trabalham para, ou em nome da
organização; e deve estar acessível às partes interessadas. A política deve
estar apropriada aos objetivos estratégicos à natureza, escala e impactos da
organização. Deve assegurar seu compromisso com a promoção do desenvolvimento
sustentável e incluir seus comprometimentos com os seguintes princípios da
responsabilidade social:
·
Responsabilização (accoutability): condição de
responsabilizar-se por decisões e atividades e de prestar contas destas
decisões e atividades aos órgãos de governança, autoridades legais e às
partes interessadas da organização;
·
Transparência:
franqueza
sobre decisões e atividades que afetam a sociedade, a economia e ao meio
ambiente e a disposição de comunicá-las de forma clara, precisa, tempestiva,
honesta e completa;
·
Comportamento
ético: comportamento
que esteja de acordo com os princípios aceitos de uma conduta moral e correta
no contexto de uma situação específica e que seja consistente com as normas
internacionais de comportamento.
·
Respeito
pelos interesses das partes interessadas (Stakeholders): Ouvir, considerar e responder aos
interesses das pessoas ou grupos que tenham interesse em qualquer decisão ou atividade
da organização ou por ela possam ser afetados.
·
Atendimento aos requisitos legais
e outros requisitos subscritos pela organização (cumprimento da lei e
outros requisitos);
·
Respeito
pelas Normas Internacionais de Comportamento: comportamento organizacional
socialmente responsável, oriundos do direito internacional consuetudinário, dos
princípios geralmente aceitos de leis internacionais e ou de acordos
intergovernamentais que sejam universalmente ou praticamente universalmente
reconhecidos.
·
Direito
aos humanos: Reconhecer
a importância e a universalidade dos direitos humanos, cuidando para que as
atividades da organização não os agridam direta ou indiretamente, zelando pelo
ambiente econômico, social e natural que necessitam.
Para que um programa de
responsabilidade social seja bem sucedido, a empresa precisa ouvir os seus
funcionários e a comunidade. Estabelecer uma relação de diálogo é fundamental
para que esses dois públicos sintam que os seus direitos estão sendo
respeitados e desejem contribuir para com o sucesso da corporação. Com esse
pensamento, responsabilidade social deve ter dois níveis de relacionamento
estabelecidos, um nível interno (funcionários) e um nível externo (comunidade).
A melhor ideia de analise para começar o programa de responsabilidade social na
empresa é a análise de SWOT.
Análise S.W.O.T. é um instrumento de
gestão utilizado para analisar o ambiente em que se insere uma determinada
organização e direcionar seu crescimento. Para tanto, são avaliadas as forças
(strengths), as fraquezas (weaknesses), as oportunidades (opportunities) e as
ameaças (threats). Com a análise SWOT é possível definir as direções de
desenvolvimento da Responsabilidade Social, utilizando novas oportunidades, bem
como visualizar as dificuldades da empresa mediante a comunidade e
aperfeiçoá-la, promovendo seu crescimento de forma sustentável.
Pontos Fortes e Pontos Fracos (Análise Interna)
O estudo dos pontos fortes e fracos
da empresa compreende a análise das diversas áreas que a integram. Pontue todos
os setores (administrativo, financeiro, recursos humanos, marketing etc) e
analise, em cada um deles, o que apresentam de qualidade e de deficiência,
utilize sempre o termo “ponto de melhoria”. Ao analisar os pontos fortes é
importante identificar vantagens da sua atividade, capacidade estrutural, forma
de organização, alcance, divulgação, público-alvo, relevância social, interesse
dos investidores, atualidade, inovação entre outros.
Os pontos de melhoria podem ser
identificados pela análise das vulnerabilidades, gestão, alcance, organização,
profissionalização, legalidade, transparência, meio ambiente, prestação de
contas, capacidade de atração de investimentos. Os pontos fortes e fracos também
podem ser analisados comparando sua empresa com outras entidades, verificando
as melhores práticas para cada um dos segmentos da sua organização.
Oportunidades e Ameaças (Análise Externa)
Para avaliar as oportunidades e as
ameaças de seu projeto, é importante avaliar o ambiente externo, notadamente os
aspectos: econômico, o natural (recursos naturais), social, político, legal e
tecnológico. Para tanto, é necessário ponderar:
1) Como está o ambiente econômico:
que tipos de investidores serão atraídos? Qual a condição de investimento? A
curto e médio prazo, qual a estabilidade deles para a manutenção do
investimento? Os produtos e serviços fornecidos por sua empresa serão consumidos
por quem? Qual o custo? Há interesse do mercado no consumo?
2) Como está o
ambiente natural: sua organização fará uso de recursos naturais e de que tipo?
Qual o custo destes recursos e qual a disponibilidade deles? Quais recursos
serão repostos ao ambiente? Qual o impacto da sua entidade no ambiente? Que
tipo de lixo será produzido? O que será feito com o lixo produzido?
3) Como está o
ambiente social: qual público será imediatamente beneficiado por sua empresa?
Qual a necessidade deste público? O que a organização proporcionará a ele? Como
serão atingidos pela entidade? Quais as crenças, valores e comportamentos deste
público? O que dizem as estatísticas sobre o público beneficiado?
4) Como está o
ambiente político e legal: sua organização segue as leis vigentes? Está
regularmente constituída e representada? Os produtos e serviços fornecidos
respeitam as especificações técnicas? As relações trabalhistas são
formalizadas? Como está a situação fiscal da sua entidade? Sua entidade tem
alvará de funcionamento? Existe algum projeto de lei que pode interferir
diretamente nas ações de sua empresa?
5) Como está o
ambiente tecnológico: sua organização utiliza quais tipos de mídia? De que
forma a tecnologia está presente na sua organização? Quais os meios explorados
e quais ainda não foram usados?
Com a análise estabelecida, chegou a
hora de compor as ações para melhoria dos pontos fortes e oportunidades
encontradas e correção e prevenção dos pontos fracos e ameaças. Após levantar
os pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças, responda às seguintes
perguntas:
1) Quais as oportunidades podem ser aproveitadas por minha
empresa, se utilizar meus pontos fortes?
2) Quais ameaças a organização pode neutralizar com os pontos
fortes destacados?
3) Quais pontos fracos posso corrigir? As melhores práticas de
outras organizações podem me auxiliar neste processo?
4) Quais ameaças podem prejudicar a empresa, juntamente com os
pontos fracos constatados?
As respostas a estas questões,
concretam ações que farão parte do programa de Responsabilidade Social da
empresa.
A Importância da Gestão Social
Gestão Social é o processo de
gerência e administração de responsabilidade social. Baseia-se num fluxo
contínuo, organizado e sistematizado de informações entre os diversos setores e
níveis de atuação. Assim, todos os atores intervenientes nas ações mantêm-se
informados a respeito dos objetivos, realizações, êxitos e fracassos do
projeto, criando a política que irá definir os métodos utilizados para
responsabilidade social. A política da responsabilidade social deve
incluir o comprometimento da alta direção com a melhoria contínua e com a
prevenção de impactos adversos. Deve fornecer a estrutura para o
estabelecimento e a revisão dos objetivos e metas da responsabilidade social. A
gestão social deve considerar os seguintes temas centrais:
1.
Governança
organizacional, sistema
pelo qual as empresas são dirigidas e monitoradas, envolvendo os
relacionamentos entre Acionistas/ Cotistas, Conselho de Administração, Diretoria,
Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de Governança
organizacional têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu
acesso ao capital e contribuir para sua perenidade;
2.
Direitos
humanos, que
respondem as necessidades das pessoas, dos grupos e sociedades e garantindo e
promovendo o exercício da dignidade;
3.
Meio
ambiente, ligado
diretamente ao ambiente de trabalho, ou seja, o local onde as pessoas
desempenham suas atividades laborais, sejam remuneradas ou não, cujo equilíbrio
está baseado na salubridade do meio e na ausência de agentes que comprometem a
incolumidade físico-psíquica dos trabalhadores, independentemente da condição
que ostentem (homens ou mulheres, maiores ou menores de idade, celetistas,
servidores públicos, autônomos, entre outros.);
4.
Práticas
leais de operação, a
conduta ética nas atividades da organização, onde os valores das empresas são
evidenciados na prática diária, nos processos da empresa;
5.
Questões
relativas ao consumidor, ou seja, respeito as necessidades dos clientes, valorizando a marca no
mercado atual, baseado no conceito do seu produto ou serviço aos consumidores.
6.
Envolvimento
e desenvolvimento da comunidade, foco da responsabilidade social, visto que a
empresa é um modificador de ambiente em que ela está inserida.